Era uma figura triste, uma pintura de um quadro que alguém fez quando sentia aquilo que mais lhe estritecia. Como podem fazer uma pintura tão triste? Pensou, tentou imaginar o que se passava na cabeça de quem a fez, pois não havia ali sinais de um sorriso, ou se existira um. Nem um rastro de lágrimas, apenas um castanho escuro, quase preto, vazio, expressava nada, olhava para o nada, tentando achar tudo ou realmente nada. Que figura melancolica! Sinto pena! Pensou novamente, e dessa vez observando a pele, amarela, sem vida, como se há tempos, não soubesse o que era sol, mas apesar disso parecia completamente saúdavel fisicamente.
Pobre criatura! É uma das,se não a mais fraca criatura que já vi! Lamentou e quando ergueu a mão para tocar a imagem, viu refletida sua ação. Descobriu que aquilo era um espelho.
Teorias são apenas pensamentos de mentes perplexas de pessoas complexas que tentam explicar suas vidas, não são fatos ou como as coisas realmente são, é a explicação para o inexplicavél, e a justificativa para o que não se pode justificar.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Mar seco
Eu tinha medo do mar. Certa noite conversei com ele, e ele me disse no dia seguinte nele poderia entrar. Me deitei afobada naquela noite, pensando em como iria entrar no mar.
Deveria ir correndo e me jogar nele, ou devagar para não ser levada rapido como antes?
Não sabia ao certo, apenas me imaginava indo, e de uma maneira ou outra, mas ambas sorrindo.
Não dormi, não pensei mais em nada, que não fosse o mar e o quanto queria vê-lo e senti-lo. Chegou o dia, e corri para encontrá-lo, não me importava se me machucaria ou se iria muito rápido para ser levada depois, queria me ver rodeada dele, mas tamanha foi minha decepção quando cheguei e nada vi. Ele havia secado, não consegui me mover, apenas estiquei o olhar para todos os lados, desejando ter um poder que o visse a kilometros de distância, e achá-lo perdido entre tanta areia, e ainda sim eu correria, quanto fosse preciso para tê-lo de volta.
Deveria ir correndo e me jogar nele, ou devagar para não ser levada rapido como antes?
Não sabia ao certo, apenas me imaginava indo, e de uma maneira ou outra, mas ambas sorrindo.
Não dormi, não pensei mais em nada, que não fosse o mar e o quanto queria vê-lo e senti-lo. Chegou o dia, e corri para encontrá-lo, não me importava se me machucaria ou se iria muito rápido para ser levada depois, queria me ver rodeada dele, mas tamanha foi minha decepção quando cheguei e nada vi. Ele havia secado, não consegui me mover, apenas estiquei o olhar para todos os lados, desejando ter um poder que o visse a kilometros de distância, e achá-lo perdido entre tanta areia, e ainda sim eu correria, quanto fosse preciso para tê-lo de volta.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Tudo agora é mais doloroso, eu vejo, mas começo a não sentir mais.
Me acostumo com a dor? Não sei, parece confortante ter no que pensar, a não ser em tudo isso, que sejam as coisas mais tolas, frias e calculistas, ainda sim me sinto emergida em algo que me rodeie, como de um jeito que era antes. É recíproco, eu me dedico as contas, palavras e letras, e elas me distraem. O quão maquinário é isso? Penso ser, e muito, mas o que importa? eu já não me importo mais, nem sei com o que mais me importo. Eu gostava de olhar para o lado e ter motivo para sorrir, mas há algum tempo, que nem mesmo olho para o lado. Já não sei até onde vai a esperança, sei que já não consigo mais alimentá-la, ela se alimenta de mim, como um parasita, que aos poucos me enfraquece a razão, se alimenta da minha doçura e da felicidade, agora é tudo cálculos, frieza e fim.
Me acostumo com a dor? Não sei, parece confortante ter no que pensar, a não ser em tudo isso, que sejam as coisas mais tolas, frias e calculistas, ainda sim me sinto emergida em algo que me rodeie, como de um jeito que era antes. É recíproco, eu me dedico as contas, palavras e letras, e elas me distraem. O quão maquinário é isso? Penso ser, e muito, mas o que importa? eu já não me importo mais, nem sei com o que mais me importo. Eu gostava de olhar para o lado e ter motivo para sorrir, mas há algum tempo, que nem mesmo olho para o lado. Já não sei até onde vai a esperança, sei que já não consigo mais alimentá-la, ela se alimenta de mim, como um parasita, que aos poucos me enfraquece a razão, se alimenta da minha doçura e da felicidade, agora é tudo cálculos, frieza e fim.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Minhas teorias se tornam tão confusas, que nem mais eu consigo escrevê-las, e as pessoas me reconhecem em textos de outros.
"
Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.
Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.
Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.
Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer minha casa nova?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.
Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto.
O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é."
Tati Bernard
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Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.
Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.
Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.
Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer minha casa nova?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.
Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto.
O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é."
Tati Bernard
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